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Ágape de urubus
Ágape de urubus * Sandra Silva Ninguém é tão desavisado que não saiba que os governantes têm acesso a privilégios e manutenção pessoal e de sua família à custa do dinheiro público. É o preço que se paga para que governem o país, a unidade federativa, província, condado, aldeia ou município. O que não se pode aceitar sem uma revolta e indignação repugnante é o exagero e a dilapidação escorchante, sem qualquer controle de valores que não pertencem aos eleitos, mas a cada cidadão que confiou no programa apresentado pelo candidato. O Brasil vive momento dramático, mas poucos se apercebem disso. A maior parte da população quer continuar respirando miseravelmente, recebendo os auxílios raquíticos de programas assistencialistas que não conduzem a nada, jogando seu futebol de várzea no final de semana e tomando cerveja num boteco sob o ritmo de uma batacuda de samba. Ninguém quer destrinchar os exageros gastos em Cuba pela equipe presidencial e que somaram 129 mil dólares no cartão corporativo. Tampouco parece que importa saber se há necessidade de se consumir 70 mil reais em ternos a cada mês. Ou para quê foram gastos R$ 53.449,00 de produtos de embelezamento no último ano. Não há mais dúvidas sobre os exageros das despesas com segurança em Florianópolis e São Bernardo do Campo porque são dados que foram escancarados pela imprensa nacional. Quem quer saber onde foi parar o total de 109 mil dólares sacados em duas oportunidades por um assessor da presidência durante o Fórum Econômico Mundial de Davos de 2007? O saque ficou registrado sob o número 39C985 num banco suíço, mas isso é tolice, coisa pouca. Outro saque interessante tem o valor de 123 mil dólares e se deu quando da viagem presidencial para a abertura da 62ª Assembléia Geral das Nações Unidas. O saque foi realizado no Chemical Bank de Nova Iorque. Segundo informações que estão expostas em alguns veículos de comunicação, também houve uma compra de um relógio marca Santos Dummont na relojoaria Cartier localizada na 5ª Avenida, Nova Iorque, pelo valor de 16 mil dólares. A peça é de ouro com placas de platina e correia de cromo de crocodilo. O pagamento foi com cartão da presidência. Enquanto isso, visitando a rede pública hospitalar de grandes, médias e pequenas cidades se tem a oportunidade de observar o sofrimento de dezenas de pacientes amontoados por corredores e macas improvisadas, sofrendo a míngua com a incúria administrativa e a falta de atendimento. Sem falar nas outras centenas de brasileiros que vivem das sobras do lixo daqueles que consomem, convivendo com uma situação tão degradante que não sei se a história registra precedente semelhante. * Sandra é Socióloga e Jornalista....


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